21 de março de 2022 #GlobalChile #SustainableChile

Da tecnologia à alimentação saudável, empresas internacionais apostam em investir no Chile

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O Chile estabeleceu-se como um destino atrativo para as empresas estrangeiras que procuram expandir-se na América Latina numa vasta gama de sectores. Aqui está uma série de empresas que estão a apostar no Chile para construir tudo, desde a primeira fábrica de reciclagem de pneus do mundo até ao mais moderno centro de dados. As razões? Descubra com os seus executivos.

O Chile posicionou-se como o país mais competitivo da região, de acordo com o Fórum Económico Mundial; o mais atrativo para o investimento, de acordo com o Milken Institute e até o país mais seguro para investir na América Latina, de acordo com a Economist Intelligence Unit. É também um dos países mais fiáveis da região para fazer negócios, de acordo com a revista Forbes. Por isso, não é de estranhar que várias empresas estejam hoje a escolher o Chile para inovar, expandir e comercializar novos produtos e serviços. De acordo com elas, as principais razões incluem regras comerciais claras, uma ampla rede de acordos comerciais, disponibilidade de talento e óptimas condições para a inovação.

Um dos desafios mais prementes da atualidade é, sem dúvida, o aquecimento global e a necessidade de gerar energias renováveis que nos permitam eliminar a dependência global dos combustíveis fósseis. O Chile tem estado na vanguarda neste domínio, não só pelas suas condições geográficas, mas também pela sua capacidade de atrair talentos. No ano passado, a região de Antofagasta assistiu à inauguração do Cerro Dominadora maior central solar térmica da América Latina, com capacidade para abastecer cerca de 380.000 habitações e reduzir as emissões de CO2 em 640.000 toneladas por ano. "O Chile tornou-se um líder na transição energética e na instalação de energias renováveis", afirma Fernando González, Diretor Executivo da Cerro Dominador. "Estamos localizados no deserto com a melhor radiação do mundo e acreditamos que é uma boa aposta para continuar a trabalhar em energias renováveis no país", acrescenta.

Também em termos de sustentabilidade, está a ser desenvolvida uma iniciativa inédita na mesma região de Antofagasta, em Bahía Verde, onde a Michelin está a construir a primeira fábrica de reciclagem de pneus de minas do mundo, da empresa francesa. "O Chile é um país com um ambiente empresarial saudável e políticas económicas sólidas. É um país que acredita na sustentabilidade, tal como nós, por isso, como empresa, decidimos construir aqui a nossa primeira fábrica de reciclagem de pneus do mundo", afirma Carla Allende, diretora de marketing da Michelin para o Chile, Peru e Bolívia. Quando estiver totalmente operacional, o centro terá capacidade para reciclar 30.000 toneladas por ano de pneus de veículos de mineração em fim de vida.

O Chile também se posicionou como um pólo de atração para as empresas tecnológicas. Em 2020, a Microsoft , sediada nos EUA, anunciou o seu plano "TransformaChile #ReactivaciónDigital", um projeto que visa construir uma região de centros de dados no país e criar 51 000 postos de trabalho em quatro anos. "Reforçamos o nosso compromisso a longo prazo com o país, anunciando o nosso investimento mais significativo em território nacional, que visa contribuir para o desenvolvimento e impulsionar a recuperação económica do país", afirma Sergio Rademacher, diretor-geral da Microsoft Chile. Outra empresa tecnológica que tem apostado fortemente no Chile é a Oracle, que depois de abrir o seu primeiro centro de dados no país em 2020, anunciou no ano passado a construção de um segundo, e o seu CEO disse que o Chile está pronto para se tornar um centro de desenvolvimento tecnológico.

No mesmo sector, a também norte-americana Evernote - que permite capturar, armazenar e sincronizar ficheiros - anunciou em 2019 a instalação no Chile do seu primeiro centro de desenvolvimento de software fora dos Estados Unidos. "Em 2019, iniciámos um centro de desenvolvimento no Chile por duas razões: disponibilidade de talento e regras de negócio simples, claras e consistentes. Até à data, empregamos mais de 60 pessoas e esperamos continuar a crescer em 2022", diz Francisco Mardones, diretor executivo da Evernote para o Chile. "As empresas tecnológicas estão em permanente busca de talento e a Evernote não é exceção", acrescenta.

A alimentação saudável também se revelou atractiva para os investidores estrangeiros. Um exemplo é a The Live Green Co, uma empresa que, com base num algoritmo chamado Charaka, permite substituir os aditivos químicos dos produtos que consumimos habitualmente por substitutos de origem vegetal, bem como produzir embalagens 100% degradáveis. A sua criadora, a empresária indiana Priyanka Srinivas, decidiu fundar a sua empresa no Chile e não no seu país natal. "Perguntam-me muitas vezes porquê o Chile? Penso que o Chile desempenhou um papel fundamental no sucesso da The Live Green Co", diz Srinivas, explicando que tal se deve a várias razões: "O mercado chileno comporta-se de forma muito semelhante a países desenvolvidos como os Estados Unidos, pelo que é um mercado fantástico para testar, aprender e comercializar a sua ideia antes de se tornar global. Em segundo lugar, os acordos comerciais com mais de 60 países e organizações como o ProChile e o InvestChile, que ajudam realmente a abrir essas portas. Por último, o apoio de instituições governamentais como a Corfo e a Startup Chile", afirma. Por fim, diz que o mais importante são as pessoas no Chile, que são extremamente abertas a novas ideias, tecnologias e modos de vida.

Para além disso, a multinacional Nestlé tem agora 80 marcas em 12 categorias, e continua a crescer. "Continuamos à procura de novas oportunidades para operar no país. Um exemplo disso é a recente aquisição do chocolate fino La Fete, uma marca 100% chilena, porque esperamos continuar a expandir a nossa presença e o nosso compromisso com os chilenos", afirma Andrés Eyzaguirre, diretor de assuntos corporativos da Nestlé no Chile.

Também no sector do grande consumo, a multinacional Unilever opera no Chile há quase um século através das suas várias marcas. "O Chile é um país inovador, razão pela qual o escolhemos e o elegemos como centro de testes para muitos dos nossos produtos a nível mundial. É um país em crescimento com uma consciência ambiental cada vez mais relevante", afirma Nuria Hernandez, country manager da Unilever Chile.

Saiba mais no seguinte vídeo:

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