Esta é a VI Cimeira Internacional de Hidrogénio Verde Chile LAC 2025, que pela primeira vez se realiza fora de Santiago, concretamente em Concepción. O evento reuniu líderes da indústria, académicos, investigadores e autoridades, e é considerado um dos mais importantes do continente nesta área.
Consolidar o Chile como líder na indústria do hidrogénio verde e seus derivados, com uma forte incidência nas regiões. Este foi o principal objetivo do evento organizado de 22 a 23 de abril pela Corfo, o Ministério da Energia do Chile, a Delegação da União Europeia no Chile e a agência alemã GIZ. O evento contou também com a participação de representantes da Alemanha, Espanha, Brasil, Argentina, Canadá, Japão e Estados Unidos.
Durante a cimeira, foram abordados diferentes temas relacionados com o hidrogénio verde, com o objetivo de fortalecer esta indústria na região do Biobío. Uma das principais medidas anunciadas foi a convocatória Corfo "Anéis Industriais para a promoção da procura de H2V e seus derivados, e encadeamento produtivo na Região do Biobío". Esta iniciativa visa dinamizar a economia e modernizar a base industrial regional, financiando até 60% do custo total dos projectos selecionados.
No seu discurso, o ministro da Energia do Biobío, Jorge Cáceres, afirmou: "Estamos muito orgulhosos por este evento de relevância internacional se realizar em Concepción. Aqui não estamos apenas a promover investimentos, mas também a reconhecer o papel das mulheres no sector da energia e a avançar no planeamento estratégico do capital humano que o hidrogénio verde exigirá, com especial atenção às capacidades regionais".
A Embaixadora da UE no Chile, Claudia Gintersdorfer, afirmou: "A União Europeia está empenhada em criar um ambiente propício ao mercado do hidrogénio renovável no Chile e comprometeu-se a disponibilizar até 220,5 milhões de euros para o seu desenvolvimento no país. Juntos, estamos a contribuir para descarbonizar a economia chilena e, ao mesmo tempo, a criar empregos verdes e oportunidades de negócio para empresas chilenas e europeias".
Não só o sector da energia está empenhado no desenvolvimento desta energia limpa, mas também actores como o sector da educação. Especificamente, a Universidade de Concepción participa através do seu Instituto de Investigação e Transferência (IIT) da Faculdade de Engenharia. Aí, prestam assistência técnica e investigação em tudo o que está relacionado com o sector produtivo nacional e internacional.
Em conversa com a Fundación Imagen de Chile, Andrea Moraga Paredes, diretora da unidade de hidrogénio do IIT, que também participou num dos painéis do evento, deu a sua visão sobre o progresso da região no sector.
Quando questionada sobre a sua visão para o futuro da região, a engenheira química respondeu: "Vejo que o desenvolvimento do hidrogénio verde e dos seus derivados na região é bastante provisório. Eu diria que desde 2019, a Universidade de Concepción começou a trabalhar arduamente em como prospetar a região de Bío Bío como um pólo para o desenvolvimento do hidrogénio e desde esse ano até hoje penso que o crescimento tem sido meteórico".
Além disso, em relação ao evento, valorizou a grande afluência: "o número de pessoas que assistiram a esta cimeira aqui em Concepción, que viajaram de diferentes partes, mostra que há de facto muito interesse e que na região de Bío Bío temos várias caraterísticas que nos tornam interessantes para o desenvolvimento do hidrogénio".
Por seu lado, abordou a relevância do trabalho colaborativo para além das empresas privadas e do mundo público. Dizer que o trabalho em colaboração é "importante" é um eufemismo. Penso que é fundamental. Sem ele, não se pode desenvolver uma nova indústria a partir do zero. Se olharmos globalmente para as diferentes iniciativas que foram bem sucedidas, a maior parte delas são consórcios de empresas com colaboração pública, onde há também a sociedade civil, onde há o mundo académico, onde a investigação e o desenvolvimento estão incluídos".
Por último, abordou o papel fundamental do meio académico neste contexto: Este tipo de projeto precisa de ter a academia para otimizar, fazer melhores desenvolvimentos, inovar, gerar empreendedorismo, startups, etc. É extremamente importante, porque toda esta colaboração gera também cadeias produtivas, que é algo fundamental para a região de Bío Bío".
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