No dia seguinte ao anúncio pelo governo das definições da Estratégia Nacional para o Lítio, o Ministro de Minas e Energia e autoridades governamentais realizaram uma conferência de imprensa exclusiva para a mídia internacional.
Com a intenção de aprofundar o progresso da implementação da Estratégia do Lítio anunciada pelo governo, a Ministra da Mineração, Aurora Williams, a Subsecretária de Relações Económicas Internacionais (SUBREI), Claudia Sanhueza, e a diretora do InvestChile, Karla Flores, reuniram-se com correspondentes da imprensa estrangeira no Chile. O papel estratégico do lítio na electromobilidade e nas energias renováveis tornou-o um tema de interesse internacional.
Segundo a ministra Aurora Williams, "vários países declararam o lítio como um mineral crítico, e estamos diante de uma demanda significativa projetada pela Cochilco até 2035. Deste ponto de vista, temos feito um trabalho que procura o equilíbrio ambiental, social e produtivo". Acrescentou que a estratégia de produção de lítio deverá duplicar a produção equivalente de carbonato de lítio para um nível de até 500 000 toneladas até ao final da década.
Entre as decisões do governo está a criação de uma rede de proteção ambiental para 33% da superfície dos depósitos de sal. A este respeito, o Ministro Williams salientou que "o lítio está presente em ecossistemas frágeis, pelo que nos encarregamos de desenvolver, pela primeira vez no Chile, estudos de uma escala significativa para determinar os níveis de proteção. Dependendo da suscetibilidade de afetar ou não as comunidades indígenas, serão realizadas as consultas correspondentes".
Na área da produção, foram estabelecidos modelos de negócio em que o Estado terá uma participação maioritária nos depósitos definidos como reservas estratégicas, como El Salar de Atacama e Maricunga. Além disso, haverá projectos liderados pelas empresas estatais Codelco e Enami, facilitando as parcerias público-privadas, bem como um modelo liderado por investidores privados nacionais e estrangeiros com os quais serão assinados contratos especiais de exploração de lítio. A possibilidade de os investidores privados manifestarem o seu interesse na exploração deste mineral estará aberta entre abril e julho deste ano.
A diretora do InvestChile, Karla Flores, explicou que "no ano passado, fizemos uma digressão com o Presidente pela Ásia, América do Norte e Europa, promovendo os diferentes modelos de negócio existentes. Agora que temos mais certezas para os investidores, sabemos quais as salinas que serão protegidas e, por conseguinte, há mais clareza quanto aos que podem mostrar mais interesse". "Contámos 97 empresas, de 12 países diferentes, que têm estado em conversações connosco e a solicitar informações", acrescentou.
Por sua vez, a subsecretária da SUBREI, Claudia Sanhueza, disse que existem diferentes modelos de negócios, porque "essa é a estratégia que identificamos para cumprir nossos compromissos ambientais internacionais". Ela acrescentou que essas definições da Estratégia Nacional do Lítio vêm sendo trabalhadas "de forma acelerada nos últimos anos, conscientes da importância desse mineral para o mundo, ouvindo o resto do mundo nos espaços que ocupamos e com o maior interesse em colaborar com suas políticas comerciais com interesses ambientais".