A quinta versão do estudo "Orgulho Chileno" revelou que 46% dos inquiridos sentem um elevado nível de orgulho no nosso país. Os Jogos de Santiago 2023 e o desenvolvimento de energias limpas são as iniciativas mais valorizadas.
Atualmente, o Chile está a ser destacado internacionalmente pela sua seriedade, consistência e dinamismo. E isso, naturalmente, influencia o orgulho que sentimos pelo país. Rossana Dresdner, Diretora Executiva da Imagen de Chile
A Fundación Imagen de Chile, em colaboração com a Direção de Estudos da Universidade Católica (DESUC), apresentou uma nova versão do seu estudo "Orgulho Chileno". Uma medida que desde 2019 avalia a perceção que os chilenos têm sobre diferentes indicadores que sustentam nossa identidade. A última versão mostrou que 46% dos inquiridos sentem um elevado nível de orgulho no Chile, o valor mais elevado desde que o inquérito foi realizado. Entretanto, o nível de orgulho em ser chileno continua a sua tendência ascendente, atingindo 63%.
"A diferença entre o orgulho de ser chileno e o orgulho do Chile é que o primeiro se refere a uma parte subjectiva e emocional das experiências de vida em comum: resiliência, esforço, alegria, em torno de eventos ou acontecimentos importantes que ocorreram no nosso país. O orgulho do Chile, por outro lado, refere-se a um componente objetivo, nacional e institucional", disse Rossana Dresdner, diretora executiva da Imagen de Chile.
"Durante a explosão social, ambos os aspectos entraram em tensão: houve uma grande adesão à ideia de que os chilenos são lutadores e trabalhadores - que são categorias do estudo - enquanto, por outro lado, a dimensão institucional - ou seja, o orgulho no Chile - foi questionada. Apesar de não ter passado muito tempo desde 2019, acredito que os chilenos vêem que o país está a avançar. Hoje o Chile está a ser destacado internacionalmente pela sua seriedade, consequência e dinamismo. E isso, claro, influencia o orgulho que sentimos pelo país", acrescentou.
Entre as iniciativas que geraram mais orgulho no ano passado, Santiago 2023 destacou-se com 75% de "orgulho elevado". No que diz respeito ao legado deste megaevento desportivo, os chilenos destacaram o "despertar do interesse pelo desporto nas novas gerações" (74%), seguido da capacidade nacional e regional para organizar eventos desportivos mais complexos (62%) e da "nova infraestrutura desportiva no complexo do Estádio Nacional (58%).
Outras iniciativas que geraram mais orgulho foram o "desenvolvimento de energias renováveis", com 67% de orgulho elevado, a "proteção das zonas marinhas e costeiras", com 64%, e a "astronomia e investigação espacial", com 62%.
Do que os chilenos se orgulham
Em relação aos atributos do nosso país, destacam-se opiniões como "tem uma natureza atractiva", com 63% de concordância forte, "exporta produtos de qualidade" (36%) e "supera as adversidades" (38%). Por outro lado, três atributos negativos como " rendimentos desiguais" (45%), "corrupto" (33%) e "discriminatório" (16%) foram avaliados como "concordo totalmente". Isto mostra que existe uma visão crítica entre os chilenos sobre a segurança e a estabilidade económicas.
Noutra área, a produção de lítio, o hidrogénio verde, o incentivo à electromobilidade e o facto de ser um observatório das alterações climáticas também geraram mais de 50% de orgulho, o que mostra que os chilenos estão orgulhosos do papel ativo do Chile na mitigação das alterações climáticas e na transição energética.
A estabilidade democrática do Chile
Ao comparar o Chile com países da região, como o Brasil, a Argentina, o Peru e a Colômbia, os inquiridos destacaram o desenvolvimento científico e astronómico do Chile, a qualidade dos seus produtos de exportação, a qualidade dos seus profissionais e a sua estabilidade democrática, seguido do Brasil em todos estes aspectos.
Embora a estabilidade democrática no Chile não seja um atributo particularmente destacado pelos chilenos, este facto muda quando comparado com estes quatro países latino-americanos.
"Creio que a avaliação que os chilenos fazem da nossa democracia, quando comparada com outras da região, é coerente com a perceção internacional existente, de acordo com indicadores globais. Agora, se na avaliação interna não destacamos a democracia como um atributo de destaque, eu diria que há uma opinião de que, apesar de termos a terceira democracia mais bem avaliada da região, há aspectos que precisam de ser melhorados. E penso que é muito valioso que os chilenos sejam exigentes com a nossa democracia", concluiu o Diretor Executivo da Imagen de Chile.
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