09 de setembro de 2024 #SustainableChile

Karla Flores: "O Chile é um destino fundamental para o investimento estrangeiro".

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Num contexto global em que a estabilidade económica e a sustentabilidade são cada vez mais valorizadas, o Chile está a emergir como um destino atraente para o investimento estrangeiro. De acordo com dados recentes do Banco Central, no primeiro semestre de 2024, o país recebeu um fluxo líquido de 8.432 milhões de dólares em investimento direto estrangeiro (IDE), o que representa um aumento de 20% em relação à média da série histórica (2003-2024).

Embora este valor seja 26% inferior ao do ano anterior, devido a uma base de comparação elevada, reflecte a atratividade do país para os investidores internacionais. Neste cenário, a Diretora do InvestChile, Karla Flores, analisou os valores e as vantagens comparativas do país e como a estabilidade institucional e a liderança em sectores-chave o posicionam como um parceiro fiável e estratégico na arena global.

Quais são as principais vantagens comparativas do Chile para atrair investimento estrangeiro?

O Chile tem pontos fortes claros: solidez institucional, um compromisso claro com a responsabilidade fiscal e a gestão macroeconómica, segurança jurídica e oportunidades de investimento em sectores de elevado potencial, especialmente relacionados com a descarbonização e a revolução digital.

Demonstrámos a capacidade de enfrentar e resolver os desafios de forma institucional e ordenada, o que é altamente valorizado pelos investidores estrangeiros. Além disso, como Agência, trabalhámos para articular melhor as capacidades do país para uma promoção internacional mais eficiente. Atualmente, temos oportunidades em sectores de elevado potencial, como os minerais críticos, as infra-estruturas tecnológicas e o hidrogénio verde.

Que áreas ou indústrias chilenas teriam as melhores projecções e porquê?

O Chile está numa posição privilegiada para oferecer oportunidades de investimento que são fundamentais para enfrentar desafios globais como as alterações climáticas e a revolução digital. Não só somos uma das economias emergentes mais atractivas para investir em energia limpa, como também produzimos minerais essenciais para a transição energética, como o lítio e o cobre.

Além disso, estamos no bom caminho para nos tornarmos o produtor de hidrogénio verde mais barato do mundo até 2030. Somos também um centro regional de infra-estruturas tecnológicas e estamos empenhados na transformação digital e no desenvolvimento do sector dos serviços baseados no conhecimento.

Karla Flores foi a primeira mulher a tornar-se Diretora do InvestChile.

Se se trata de hidrogénio verde, o mundo começa no Chile

Num mundo cada vez mais focado na sustentabilidade, como é que o Chile se posiciona como um destino atrativo para o investimento sustentável?

A sustentabilidade é um fator chave para o investimento internacional. O Chile tem uma posição privilegiada para contribuir para as questões globais relacionadas com as alterações climáticas. Há décadas que somos o maior produtor mundial de cobre e temos mais de 40% das reservas mundiais de lítio. Dispomos também de condições óptimas para produzir energia limpa e combustíveis do futuro. O nível do nosso talento é também reconhecido a nível regional, permitindo-nos dar respostas a desafios globais.

Neste contexto, que papel desempenha o mercado do hidrogénio verde e que acções específicas estão a ser levadas a cabo pelo InvestChile para o promover?

O hidrogénio verde representa uma grande oportunidade para o Chile, com um potencial estimado de gerar 200 mil milhões de dólares em investimentos e 100.000 novos empregos nos próximos 20 anos. Este mercado tem potencial para se aproximar da atual principal fonte de rendimento do Chile, a extração de cobre.

O InvestChile está a trabalhar em projectos de hidrogénio verde no valor de 15 mil milhões de dólares, principalmente na região de Magallanes. Juntamente com o Ministério da Energia, estamos a desenvolver uma agenda internacional para promover as oportunidades do hidrogénio verde, incluindo roadshows internacionais, reuniões com as principais partes interessadas e produção de material especializado.

A marca do país como um ativo

Como avalia a estabilidade institucional do Chile como um fator de diferenciação para os investidores estrangeiros?

A estabilidade institucional é um pilar distintivo do Chile. Num contexto de competição regional e global pelos fluxos de investimento estrangeiro, ser reconhecido como um país capaz de resolver os seus desafios de forma institucional é muito valioso. Apesar do declínio global nos fluxos de investimento estrangeiro em 2023, a estabilidade do Chile continua a ser uma atração importante para os investidores.

Com vista a atrair mais investimento estrangeiro, que acções considera que deveriam ser implementadas para reforçar ainda mais a marca do país?

O Chile já está a trabalhar para atrair mais investimento estrangeiro através de uma estratégia que vai desde o nível subnacional até aos gabinetes de promoção no estrangeiro. É fundamental destacar valores como a vocação democrática, o respeito pelos direitos humanos, a seriedade macroeconómica e a vocação para o futuro. A marca país deve projetar o Chile como um parceiro fiável e empenhado no desenvolvimento.

Porque é que é importante para o Chile ter uma marca-país? Como é que a marca-país contribui para atrair investimento?

A imagem do país é fundamental para promover oportunidades de investimento no exterior. Uma reputação positiva, como a que o Chile construiu, é um ativo valioso que devemos cuidar e fortalecer. A marca do país reflecte a seriedade, a democracia e a abertura do Chile ao mundo, o que nos permite enfrentar as conversas com os investidores a partir de uma posição de confiança e credibilidade.

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